"Diz lá, valeu a pena a travessia? Valeu pois.
Pela vaga de fundo se sumiu o futuro histórico da minha classe, no fundo deste mar, encontrareis tesouros recuperados, de mim que estou a chegar do lado de lá para ir convosco. Tesouros infindáveis que vos trago de longe e que são vossos, o meu canto e a palavra, o meu sonho é a luz que vem do fim do mundo, dos vossos antepassados que ainda não nasceram. A minha arte é estar aqui convosco e ser-vos alimento e companhia na viagem para estar aqui de vez."
José Mário Branco.
FMI
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
sábado, 6 de dezembro de 2008
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Dias dos Obrigados e Sexta-Feiras Negras!
Tem sido cada vez menos habito escrever. E cada vez mais dificil, especialmente porque o meu teclado pifou, e so me resta o teclado emprestado e americanado da Dell. Tudo o que escrever doravante nao estara em portugues muito correcto. A acentuacao foi-se de vez ate que volte a costa portuguesa. Com teclado americano vou-vos contar entao como passei uma quadra americanada.
Nao houve peru para mim. Houve trabalho, sem cantina, porque a entidade CSHL estava encerrada para ferias. Houve por isso alguma fomeca durante o dia, com um jantar num sitio manhoso, dos poucos abertos em dia de thanksgiving, em amena cavaqueira com um russo e um chines tambem desterrados das tradicoes yankees. E foi assim, sem mais brilho que isto. Este seria um dia para passar em familia, com as pachorrentices inerentes a uma bela consoada e ao belo dia de Natal. Mas, a falta de melhor, achei que posso bem esperar pelo belo bacalhau e pelo cabrito e outras comezainas dessas boas e sem molhos doces. Que se lixe o peru. O que me faz falta mesmo e o pao, especialmente o de Janas, com boa manteiga com sal!
No dia seguinte, e para nao morrer de fome (a cantina continuava fechada), fui a cidade. A Black Friday significou que havia muitas pessoas as compras, aproveitando os descontos miseraveis para estoirarem o credito e injectarem nheirinho na economia ca deles, que tao necessitada anda. Nada de mais e apenas isso. Uma confusao dentro das lojas, mas nao tanto noutros sitios. Acabei por ir ver uma peca ao New York Workshop Theater, O Grande Inquisidor, de F. Dostoievski, numa encenacao original de Peter Brook. Peter Brook foi o chamariz e o texto nao se revelou nada mau. Cristo retorna a terra, a Sevilha, nos tempos da inquisicao e e mandado prender por um inquisidor por fazer 'milages'. O resto e monologo bom do inquisidor, cheio de boas perguntas. O salvador esse, nao abre a boca. De palavras esta o mundo cheio, nao?
A noite fui ter com uns amigos portugueses, acabei por dormir em NY e passei o dia seguinte com eles em Williamsburgh, ao frio, e com momentos de grandiosas paisagens. Antes de voltar a casa ainda fui aos saldos das Macys. As nove da noite a maralha ja tinha assentado arraiais noutro sitio, o ambiente estava mais tranquilo. Comprei dois pares de calcas que me fazem falta.
Isto sao os meus happy days. Ooooh sooo wonderfull!... ja diria a Winnie.
Agora, se quiserem ver uma coisa interessante, cliquem aqui.
Nao houve peru para mim. Houve trabalho, sem cantina, porque a entidade CSHL estava encerrada para ferias. Houve por isso alguma fomeca durante o dia, com um jantar num sitio manhoso, dos poucos abertos em dia de thanksgiving, em amena cavaqueira com um russo e um chines tambem desterrados das tradicoes yankees. E foi assim, sem mais brilho que isto. Este seria um dia para passar em familia, com as pachorrentices inerentes a uma bela consoada e ao belo dia de Natal. Mas, a falta de melhor, achei que posso bem esperar pelo belo bacalhau e pelo cabrito e outras comezainas dessas boas e sem molhos doces. Que se lixe o peru. O que me faz falta mesmo e o pao, especialmente o de Janas, com boa manteiga com sal!
No dia seguinte, e para nao morrer de fome (a cantina continuava fechada), fui a cidade. A Black Friday significou que havia muitas pessoas as compras, aproveitando os descontos miseraveis para estoirarem o credito e injectarem nheirinho na economia ca deles, que tao necessitada anda. Nada de mais e apenas isso. Uma confusao dentro das lojas, mas nao tanto noutros sitios. Acabei por ir ver uma peca ao New York Workshop Theater, O Grande Inquisidor, de F. Dostoievski, numa encenacao original de Peter Brook. Peter Brook foi o chamariz e o texto nao se revelou nada mau. Cristo retorna a terra, a Sevilha, nos tempos da inquisicao e e mandado prender por um inquisidor por fazer 'milages'. O resto e monologo bom do inquisidor, cheio de boas perguntas. O salvador esse, nao abre a boca. De palavras esta o mundo cheio, nao?
A noite fui ter com uns amigos portugueses, acabei por dormir em NY e passei o dia seguinte com eles em Williamsburgh, ao frio, e com momentos de grandiosas paisagens. Antes de voltar a casa ainda fui aos saldos das Macys. As nove da noite a maralha ja tinha assentado arraiais noutro sitio, o ambiente estava mais tranquilo. Comprei dois pares de calcas que me fazem falta.
Isto sao os meus happy days. Ooooh sooo wonderfull!... ja diria a Winnie.
Agora, se quiserem ver uma coisa interessante, cliquem aqui.
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Gil
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
DC
Na semana passada dei um pulo a Washington, DC.
Fui la para uma conferencia de neurociencias, mas, e porque ha que aproveitar nestas coisas, tirei uma tarde para dar um salto aos seus sitios mais emblematicos. Das primeiras coisas com que me deparei foi com um pinaculo falico, daqueles que qualquer nacao gosta de apresentar ao mundo (lembro-me do pinaculo em Paris, mas muitos outros haverao). Claro que os americanos nao ficariam atras. La mais ao fundo, um lago com vista para o pinaculo e para o capitolio (onde os senadores americanos fazem senadices, como aprovar dinheiro para ser gasto no iraque ou para ser esturrado pelos bancos aflitos). Num sitio mais escondido, a vivenda que o Obama arranjou como pouso durante uns anos, depois do texano de la sair.
O mais porreiro de tudo foi mesmo encontrar-me com o amigo Lincoln. Subi as escadarias como o Rocky, a sussubiar o 'the eye of the tiger', e depois encontrei-o ali sentado no meio do seu mausoleu. Claro que lhe pedi um conselho. Mas Lincoln so sabia falar mesmo era de liberdade, democracia e de fazer o que e certo e nao desistir e mais essas todas banalidades americanas que esta gente sabe de cor. La fiquei na mesma com as minhas perguntas existencialistas sem resposta. Mas ja devia saber que o Lincoln nao seria de grande ajuda. Talvez encontre nas velhas estatuas das cidades europeias mais sabedoria para estas coisas. Por isso, e ate agora, ca continuo a andar movido pela sabedoria do hamburguer.
Fui la para uma conferencia de neurociencias, mas, e porque ha que aproveitar nestas coisas, tirei uma tarde para dar um salto aos seus sitios mais emblematicos. Das primeiras coisas com que me deparei foi com um pinaculo falico, daqueles que qualquer nacao gosta de apresentar ao mundo (lembro-me do pinaculo em Paris, mas muitos outros haverao). Claro que os americanos nao ficariam atras. La mais ao fundo, um lago com vista para o pinaculo e para o capitolio (onde os senadores americanos fazem senadices, como aprovar dinheiro para ser gasto no iraque ou para ser esturrado pelos bancos aflitos). Num sitio mais escondido, a vivenda que o Obama arranjou como pouso durante uns anos, depois do texano de la sair.
O mais porreiro de tudo foi mesmo encontrar-me com o amigo Lincoln. Subi as escadarias como o Rocky, a sussubiar o 'the eye of the tiger', e depois encontrei-o ali sentado no meio do seu mausoleu. Claro que lhe pedi um conselho. Mas Lincoln so sabia falar mesmo era de liberdade, democracia e de fazer o que e certo e nao desistir e mais essas todas banalidades americanas que esta gente sabe de cor. La fiquei na mesma com as minhas perguntas existencialistas sem resposta. Mas ja devia saber que o Lincoln nao seria de grande ajuda. Talvez encontre nas velhas estatuas das cidades europeias mais sabedoria para estas coisas. Por isso, e ate agora, ca continuo a andar movido pela sabedoria do hamburguer.
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Gil
terça-feira, 25 de novembro de 2008
A arte e as cataratas
Ainda relativamente ao passeio que fiz faz duas semanas por sítios onde ainda não tinha estado. Uma foto tirada no MET, a outra no Whitney Museum of American Art, ambas o olhar da mais-idade. Gosto muito de ver pessoas mais velhas em museus. Tem o efeito de me sossegar. Talvez o olhar que cada um põe nas coisas belas afinal não se definhe no caminho entre o crescer e o ir morrendo. Pelo menos não para toda a gente. Há pois esperança.
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Gil
domingo, 23 de novembro de 2008
Qual é a coisa qual é ela.
Não tenho posto nada aqui já faz muito tempo. Até o meu avô reclama.
Mas não se preocupem, não estou propriamente vegetal. Há duas semanas atrás pus-me a ver umas coisas que ainda não tinha visto por NY. Dá-se um prémio ao primeiro que adivinhar o que raio são estas curvas todas, e o que levou o pinóquio ao suícidio. Fico à espera. Entretanto, vou tentando juntar umas peças para vos tornar a contar histórias mais frequentemente.
Mas não se preocupem, não estou propriamente vegetal. Há duas semanas atrás pus-me a ver umas coisas que ainda não tinha visto por NY. Dá-se um prémio ao primeiro que adivinhar o que raio são estas curvas todas, e o que levou o pinóquio ao suícidio. Fico à espera. Entretanto, vou tentando juntar umas peças para vos tornar a contar histórias mais frequentemente.
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segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Corrida III - o apoio das massas
Ainda relacionado com a maratona do outro dia. Mostro-vos as diferentes personages que apoiavam o sacríficio de toda aquela gente corredora. Em Williamsburgh, sendo um bairro de músicos e artistada, esquina sim esquina não ouviam-se bandas e DJ's a bombar música para acelerar a passada e confortar os ânimos. De resto, no meio das gentes comuns, uma ou outra personagem, como a mulher maravilha, o judeu ortodoxo saído do Snatch ou o esperançado homem do O.
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Gil
sábado, 8 de novembro de 2008
A Corrida - I
E agora que chegou ao fim a corrida à Casa Branca deixo aqui umas fotos que tirei no fim de semana passado da Maratona de Nova Iorque. Estava a passear por Williamsburgh quando reparei nesta maralha de gente a correr. O que me impressionou mais não foi o número de pessoas ou a distância que tinham a percorrer. O que me impressionou a diversidade de personagens que se levantaram naquela manhã para fazerem os 40km de Coney Island a Manhattan e principalmente o gosto que tinham a correr aquilo tudo. Um sacríficio que era bom porque vinha da tal vontade americana.
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quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Happy Ending
Como todos os bons filmes de Hollywood, também este teve um final feliz.
O voto foi levado bem a sério hoje. Para votar em certos sítios as pessoas tiveram de esperar durante horas para, na maior parte dos casos, irem trabalhar a seguir. Ou depois de voltarem do trabalho. Votou-se a uma terça-feira! Onde é que seria isto possível no meu País? Já para não falar durante os outros dias de campanha, o esforço e a coordenação dos voluntários, mais o seu brilhozinho nos olhos! Eu bem os vi nas ruas de NY, imagino como terá sido a luta naqueles estados mais resilientes.
A América é um país especial. A forma como as pessoas deste país encontram sempre uma força para alimentar um qualquer sonho, vontade ou ambição, é notável. O empenho que colocam numa qualquer luta que achem justa, e a forma como parecem ter uma motivação sem fim que as dirige para um objectivo que traçaram.
Porque acreditam ter um papel importante no mundo. Acreditam serem algo especial, que pode tudo, que pode mudar, que deve lutar, para poder desempenhar o papel que acreditam ser o deles.
Claro, precisam de muitas luzes e brilhos, momentos açucarados, e mantras fáceis (yes we can), muito adjectivos e lágrimas e emoções e outros exageros. Mas isso só os torna mais obviamente humanos.
Obama é além de tudo um exímio orador, um político que é o que um político deve ser. É um líder que invejo, e desejaria para o meu país. Aqui fica um bocado do seu discurso talvez Hollywoodesco e populista mas, quando verdadeiro, totalmente necessário.
"...and for those who have wondered if America's beacon still burns as bright, tonight we proved once more that the true strenght of our nation comes not from the might of our arms or the scale of our wealth but from the endurant power of our ideals, democracy, liberty opportunity and unyielding hope. That's the true genius of America. That America can change. Our union can be perfected. What we already achieved gives hope for what we can and must achieve tomorrow."
Porque é a oportunidade de mudança a coisa mais útil que podemos querer da Democracia.
Agora é esperar todo o "to be continued" que aí vem. Mas isso, sinceramente, até nem é o mais importante. Desta vez, o exemplo está dado.
O voto foi levado bem a sério hoje. Para votar em certos sítios as pessoas tiveram de esperar durante horas para, na maior parte dos casos, irem trabalhar a seguir. Ou depois de voltarem do trabalho. Votou-se a uma terça-feira! Onde é que seria isto possível no meu País? Já para não falar durante os outros dias de campanha, o esforço e a coordenação dos voluntários, mais o seu brilhozinho nos olhos! Eu bem os vi nas ruas de NY, imagino como terá sido a luta naqueles estados mais resilientes.
A América é um país especial. A forma como as pessoas deste país encontram sempre uma força para alimentar um qualquer sonho, vontade ou ambição, é notável. O empenho que colocam numa qualquer luta que achem justa, e a forma como parecem ter uma motivação sem fim que as dirige para um objectivo que traçaram.
Porque acreditam ter um papel importante no mundo. Acreditam serem algo especial, que pode tudo, que pode mudar, que deve lutar, para poder desempenhar o papel que acreditam ser o deles.
Claro, precisam de muitas luzes e brilhos, momentos açucarados, e mantras fáceis (yes we can), muito adjectivos e lágrimas e emoções e outros exageros. Mas isso só os torna mais obviamente humanos.
Obama é além de tudo um exímio orador, um político que é o que um político deve ser. É um líder que invejo, e desejaria para o meu país. Aqui fica um bocado do seu discurso talvez Hollywoodesco e populista mas, quando verdadeiro, totalmente necessário.
"...and for those who have wondered if America's beacon still burns as bright, tonight we proved once more that the true strenght of our nation comes not from the might of our arms or the scale of our wealth but from the endurant power of our ideals, democracy, liberty opportunity and unyielding hope. That's the true genius of America. That America can change. Our union can be perfected. What we already achieved gives hope for what we can and must achieve tomorrow."
Porque é a oportunidade de mudança a coisa mais útil que podemos querer da Democracia.
Agora é esperar todo o "to be continued" que aí vem. Mas isso, sinceramente, até nem é o mais importante. Desta vez, o exemplo está dado.
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terça-feira, 4 de novembro de 2008
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Booh!
Sexta-Feira foi Halloween cá por estes lados. À noite um amigo convidou-me para ir ao grandioso desfile da Greenwich Village, cheio de gente bem disposta e mascarada. Aceitei o convite, no papel de missionário inquisidor. O desfile desde a Canal Street pela sexta avenida acima. A coisa é engraçada, e ao contrário do que pensava, não há só monstrengos e bruxas por todo o lado. Eles aqui não usam o Carnaval, por isso estas coisa de se mascarar praticam-se na véspera do dia dos mortos. É engraçado ver o trabalho que muita gente se dá a criar a sua personagem o mais extravagantemente possível. Depois há sempre as que usam o disfarce para se tornarem mais galantes, ou os mais tímidos que se ficam pela cabeleira de palhaço ou algo parecido. Percebi que os alter-egos, uns mais significantes que outros, deixam-se passear na noite de 31. Trick or treat? No halloween ninguém leva a mal.
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Gil
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Outros dias soalheiros
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Gil
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
2635- Saudades de Casa!
Para quem não consegue situar, o edíficio onde os marmanjos estão a tocar ( e as groupies aplaudem, uma delas minha tia) fica mesmo por cima do Polisuper, a dois passos da casa da minha avó, do Kioskizé e do barbeiro Piçarra. Mais para baixo fica a estação e o Arco-Íris onde se comem bons pregos, a escola primária nº 2, a praceta da pirâmide (onde mora a Joana), o Boca Doce e a comuna do João. Para cima, o CC Fitares, o campo da Seara e o place do Ulisses. E desenganem-se, que a Rinchoa tem mesmo um miradouro, ao cimo das escadaria grande. De lá pode-se ver a Serra e o seu palácio, o mar do Estoril mais ao longe e a bela da IC19 ali tão perto.
Como diz o ppl, "Rio de Mouro está em toda a parte!"
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sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Jornalistas no laboratório
Do outro lado, em Oeiras, é isto que se vai passando.
A SIC foi ao IGC, onde trabalho quando estou em Portugal, e filmou o pessoal da Champalimaud. O resultado é este.
A SIC foi ao IGC, onde trabalho quando estou em Portugal, e filmou o pessoal da Champalimaud. O resultado é este.
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Gil
Num topo do Mundo
Fiz 25 anos no dia 18.
É daquelas datas marcantes na vida de uma pessoa, pelo menos de uma pessoa que acredite na importância de efemérides. Cada um acredita na importância das coisas da forma que quiser. Eu tendo a tender para as efemérides como um ponto de chegada e também de partida. E para simbolizar essa coisa da chegada e da partida, nada tão bom como a figura de uma Mãe. Por razões óbvias.
Isto para dizer que recebi a visita da minha mãe em NY no fim de semana dos meus anos. As peripécias foram muitas, muita personagem vista, muita fotografia tirada, muita caminhada, muito lugar visitado, isto em apenas três dias. Escolhi partilhar convosco este lugar que vos mostro. Um dos topos do mundo. Aqui está uma boa forma de comemorar uma efeméride. Visitar um dos topos do mundo. Que mesmo sendo visitado por tantos outros, a forma como o vimos é nossa, guardamo-la como única e pessoal. Fica. No lusco-fusco vimos, eu e a minha mãe, a paisagem de cima do Empire State Building. Ainda não o tinha visitado porque achei que teria de o fazer de forma especial. E as voltas da vida sorriram-me. Fui lá acima numa altura especial, com alguém especial. Porque as efemérides importam. Ornamentar as coisas com o pózito mágico importa.
E para não nos esquecermos que estávamos em NY, as estrelas que se viam, ainda o sol mal se punha, não eram estrelas, eram aviões a aterrar.
É daquelas datas marcantes na vida de uma pessoa, pelo menos de uma pessoa que acredite na importância de efemérides. Cada um acredita na importância das coisas da forma que quiser. Eu tendo a tender para as efemérides como um ponto de chegada e também de partida. E para simbolizar essa coisa da chegada e da partida, nada tão bom como a figura de uma Mãe. Por razões óbvias.
Isto para dizer que recebi a visita da minha mãe em NY no fim de semana dos meus anos. As peripécias foram muitas, muita personagem vista, muita fotografia tirada, muita caminhada, muito lugar visitado, isto em apenas três dias. Escolhi partilhar convosco este lugar que vos mostro. Um dos topos do mundo. Aqui está uma boa forma de comemorar uma efeméride. Visitar um dos topos do mundo. Que mesmo sendo visitado por tantos outros, a forma como o vimos é nossa, guardamo-la como única e pessoal. Fica. No lusco-fusco vimos, eu e a minha mãe, a paisagem de cima do Empire State Building. Ainda não o tinha visitado porque achei que teria de o fazer de forma especial. E as voltas da vida sorriram-me. Fui lá acima numa altura especial, com alguém especial. Porque as efemérides importam. Ornamentar as coisas com o pózito mágico importa.
E para não nos esquecermos que estávamos em NY, as estrelas que se viam, ainda o sol mal se punha, não eram estrelas, eram aviões a aterrar.
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Gil
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Quarta e Quinta na Cidade
Não é comum ir a NY a um dia de semana. Pois calhou que comprei dois bilhetes para dois espectáculos diferentes, em dois dias consecutivos, na mesma semana. Foi uma barrigada! Sair do trabalho a horas decentes, pôr-me o comboio, metro, Brooklyn num dia, Harlem no outro. Woyzeck num dia, Antony no outro. Duas criaturas estranhas em dois mundos estranhos.
A voz de Antony surpreende vinda de um homem tão mulher, num corpo tão desajeitado. Um choro melancólico, vestido de branco, acompanhado por uma orquestra no Apollo Theater. Os queixumes da sua voz lembraram-me de outros tempos em que a mesma voz nos comovia intensamente. Mesmo que agora o "nos" já não seja tão plural, fica sempre aquele carinho pelas vozes de tempos bons.
Woyzeck é um tipo mais normal. Também eu poderia ser Woyzeck.
A adaptação que o grupo Islandês apresentou na Brooklyn Academy of Music era feita de energia explosiva e candura poética, conceitos que os islandeses tão bem parecem saber unir. Uma incrível disponibilidade dos actores, às vezes lançados pelo ar como trambolhos, por vezes imersos em água num tanque/moldura, sempre intensamente na personagem. Um acepipe para deliciar um pouco mais, a música original foi criada de propósito por Nick Cave.
As viagens de volta de NY para CSHL, à noite, depois do trabalho, custam sempre um bocadinho. Mas assim se consegue encontrar mais do que uma única vida. De outra forma, só como os gatos, tendo mais do que uma vida, herdadas de nascença.
A voz de Antony surpreende vinda de um homem tão mulher, num corpo tão desajeitado. Um choro melancólico, vestido de branco, acompanhado por uma orquestra no Apollo Theater. Os queixumes da sua voz lembraram-me de outros tempos em que a mesma voz nos comovia intensamente. Mesmo que agora o "nos" já não seja tão plural, fica sempre aquele carinho pelas vozes de tempos bons.
Woyzeck é um tipo mais normal. Também eu poderia ser Woyzeck.
A adaptação que o grupo Islandês apresentou na Brooklyn Academy of Music era feita de energia explosiva e candura poética, conceitos que os islandeses tão bem parecem saber unir. Uma incrível disponibilidade dos actores, às vezes lançados pelo ar como trambolhos, por vezes imersos em água num tanque/moldura, sempre intensamente na personagem. Um acepipe para deliciar um pouco mais, a música original foi criada de propósito por Nick Cave.
As viagens de volta de NY para CSHL, à noite, depois do trabalho, custam sempre um bocadinho. Mas assim se consegue encontrar mais do que uma única vida. De outra forma, só como os gatos, tendo mais do que uma vida, herdadas de nascença.
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Gil
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Lucky Weekend
No fim de semana que passou estive com duas amigas de Portugal, dos tempos do IGC, a Mariana e a Margarida. Elas agora trabalham por Boston e NY e encontrámo-nos para passear pela cidade. Acabou por se tornar um fim de semana com pequenos acontecimentos mirabolantes. Fomos a uma "vernissage" (inauguração em chiquelês) de uma exposição de escultura numa galeria em Chelsea, com cervejas à borla. Encontrámos um sofá do IKEA na rua, quase novito e bem jeitoso. Alombámos com ele Manhattan acima, 100 e tal ruas, de metro até à casa de uma das moças (foi o efeito da cerveja). Descemos até Chinatown para comer um asiático manhoso. Caminhámos para a Village para uns drinks. Encontrámos 400 dólares na rua e repartimos o dinheiro irmanamente. Gastámos algum dele em marguerittas e outras iguarias. Acabei a dormir no sofá alombado e no dia seguinte ainda deu para passear por umas feiras de Outubro com tempo de Verão. Um fim de semana bem sortudo, na companhia de novas amizades!
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Gil
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
A Oeste do Hudson
Tentando retomar a passada no caminho, encontrar o fio à meada e tal, tenho de voltar ao primeiro Domingo de Outubro e mostrar aqui o o lado Este de Manhattan, mais ou menos no centro da ilha. Daqui vê-se a ponte de Queensborough e o teleférico que o homem-aranha salva de cair ao rio Hudson. O teleférico, longe de perigos, leva quem quiser ir para os lados da Roosevelt Island, uma ilhota minorca que fica entremeias com Queens e Manhattan. Mas, atracção das atracções deste lado do Hudson é mesmo a sede das Nações Unidas. Um edifício mais pequeno do que grande parte dos outros mamarrachos, com um luzidio especial feito de cobre e verdete e segurança aprumada. Não vá a gentalha, sempre descontente com o rumo que o mundo leva, entrar por ali adentro e tentar apertar o gargalo a um par de líderes que por lá se pavoneiam de quando em vez. Uma semana antes a senhora Sarah Palin, toda lampeira, tinha ali apertado a mão ao senhor Musharraf e a uma cambada de árabes. Entretanto tantas coisas aconteceram! (isto lembra-me que me ando a descurar um pouco com as eleições e com o crash de wall street... um dia destes comento também essas novelas).
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