quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Ahoy!

A vida náutica é uma coisa verdadeiramente high life!, não? O iate topo de gama, as míudas giras e o marejar seguro! Old Spice, Glamour! Hoje experimentei fazer ski aquático. Alugámos uma traineirazita, desenrascámo-nos como pudémos e lá fomos nós, a toda a velocidade, pela baía adiante. Quanto a mim, não me consegui levantar na água por mais de dois segundos, mas houve quem conseguisse. Podem sempre imaginar que sou eu que vou ali todo embalado a perseguir o barco e a incomodar a peixarada! De resto, não foi preciso habilidade nos skis para passar uma boa horinha. Bastou-me ser marujo. Olhar adiante, na proa da embarcação, enquanto nos lançamos pelo mar adentro sempre em frente e o barco se inclina, ora a bombordo , ora a estibordo... bombordo, estibordo.




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terça-feira, 26 de agosto de 2008

Água Vai.


Chamam-lhe NYC Waterfalls e dizem que esta instalação é das coisas mais esperadas em NY em anos! Vê-se do lado Este de Gotham City e consiste num aglomerado de tubos que expele água. Chamam-lhe cascatas. E chamam-lhe arte. Não sei o que dizer, mas garanto-vos que não é mais impressionante do que parece. Chega a ser incomodativo a idotice da coisa. Alguém deve ter pago e bem por esta canalização artística. Mas não fui eu, que não sou americano.
Lá diz o povo da minha terrinha, "A água corre para a água". É!







Ao menos o resto da paisagem é bonita.
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domingo, 24 de agosto de 2008

Theres such a lot of world to see

E como ontem foi um dia triste aqui fica uma canção bonita e triste.



Na terça que vem vou ver o filme onde entra esta música. Breakfast in Tiffany's. Às terças há cinema em CSHL. Este mês tem sido Audrey Hepburn, um doce de mulher.

Moon River, wider than a mile,
I'm crossing you in style some day.
You dream maker, you heart breaker,
wherever you're going I'm going your way.
Two drifters off to see the world.
There's such a lot of world to see.
We're after the same rainbow's end--
waiting 'round the bend,
my huckleberry friend,
Moon River and me.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

(+) Um interregno

Alan Watts - Music and Life.
O que dizem do que este americano diferente diz?

terça-feira, 19 de agosto de 2008

McCarren Pool presents:

Domingo soalheiro por estes lados do rio Hudson. Desta feita voltei a Williamsburg a fim de ouvir boa música com palco montado no meio de uma piscina e os últimos calorzinhos de Verão ainda à espreita. À primeira vista, sítio improvável para uma coisa destas. Mas o bairro mexeu-se, pôs mãos à obra, e ocupou um lugar antes inutilizado para fazer florescer desta feita uma série de eventos de verão, de graça, para a malta não ficar a apodrecer na melancólica torreira da época.
Depois de se entrar pelo arco do monolito de McCarren Park deparamo-nos logo com uma comunidade de gente neo-hippie-neo-punk-neo-perfeitamente-na-boa, a disfrutar do sonzinho do DJ. De um dos lados da piscina uns matulões jogam Dodgeball e urram fraternalmente a cada tiraço certeiro. Por todo lado belas nova-iorquinas deixam-se ver em trajes frescos. Vê-se gente contente, cores berrantes, tatuagens elaboradas, óculos como os da Amália, míudas de sandálias. Sinto-me bem e em boa companhia.
Já tive o meu festival de Verão, nem que seja por meia dúzia de horas.




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segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Um salto a Este

Heis-que quebro com o desenrolar normal da coisa e salto bruscamente para o outro lado do oceano. Perdoem-me o capricho. Dia 17 de Agosto é dia de São Mamede em Janas, terra onde cresci. Sempre foi dia de romaria à capela circular, filhoses, quermesse, parrameiros e três fitas numa trança. Sempre foi assim, menos este ano. Há quem me tenha guardado uma trança para dar sorte, até ao próximo dia de São Mamede. É bom ter coisas para não esquecer como a tranquilidade de uma terra mãe, mãe de infância.



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sábado, 16 de agosto de 2008

Eco-World

Este é o famoso Toyota Prius, estacionado numa das feiras da cidade no sábado passado. Famoso porque é um carro híbrido, funciona a combustíveis fósseis, mas também é capaz de funcionar com energia eléctrica. Muita gente acha que toda a gente deveria ter um porque supostamente é amigo do ambiente. Nestas coisas há sempre disse-que-disse, informações-mitos e tal, uns acham que é bom, outros que é mau. O costume.
Ainda em Portugal vi uma palestra de um senhor que estava a estudar os lémures, simpáticos primatas, exclusivos de madagáscar, que evoluiram independentemente de qualquer outro tipo de primata do mundo. Criaturas únicas, incrivelmente preciosas. Contou este senhor que em Madagáscar a coisa não vai muito bem, como normalmente acontece nestes casos. E contou ainda que por causa destes híbridos a coisa pode-se tornar bem pior. É que estes carritos precisam de baterias de Cobalto e Níquel, e imaginem lá onde é que há grandes jazigos de cobalto e níquel,... Pois é!
Por isso, é bem irónico que um destes carritos esteja a patrocinar os lémures de Madagáscar do Zoo de Bronx. Irónico e um pouco torcido!
O nosso mundo tem destas hipocri-coisas que nos fazem invocar o tal cliché, melhor rir para não chorar.


quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Summertime

É Verão em Nova Iorque, mesmo que por vezes troveje.
Deixo-vos com umas fotos de calor bom do sábado passado. As ruas mudaram desde que cá estive. Estão diferentes porque é verão. Feiras pequenas, mãos dadas, calções e garrafas de água. Um charme diferente, uma outra boémia.
Na praça da Union Square, três personagens com uma incrível bebedeira de fim de semana, vivida em câmara lenta. Na East Village, mais para os lados do rio Hudson, para lá da zona trendy, a típica foto dos míudos de NY a curtirem a água num dia quente. Perto do parque que dá para o rio, uma senhora coquette, provavelmente muito judia, a ler deliciada uma fotonovela das antigas. Numa das feiras da Greenwich Village um homem fabrica pipocas com duas grandes ventoinhas a colarem-se-lhe às costas.
...Summertime and the livin' is easy...




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terça-feira, 12 de agosto de 2008

Um pequeno interregno...

Antes de continuar com mais fotografias e descrições fantasiosas das aventuras pelo Wild West, e de tudo o que é bom e maravilhoso ou estranho, deixem-me apenas falar um pouco sobre três colegas daqui do laboratório.

O meu colega do lado é Iraniano. Falou-me sobre o Irão e Teerão, sobre a revolução que depôs o Xá, amigo dos Americanos, falou-me sobre os nove anos de guerra com os invasores Iraquianos e os dois anos que passou na sua cave a ter aulas da primeira e segunda classe pela televisão estadual. Fala-me todos os dias em como o Irão se está a reconstruir a pouco e pouco e como o seu primeiro-ministro, Ahmadinejad, cuida dos pobres e irrita os ricos do seu país, ao mesmo tempo que se comporta como um perfeito palhaço nas políticas internacionais. Diz com orgulho que no seu país não se importa nada dos EUA, e não é preciso.

Um outro, já de mais idade e de outra posição, é Peruano. Falou-me hoje de como quando era criança todas as sextas-feiras, às sete da tarde, havia um carro que explodia em Lima. Era a forma que os rebeldes comunistas tinham de mostrar forças ao governo peruano. Descreveu-me precisamente um dia em que um deles explodiu mesmo ao pé dele e só se lembra de ver as pessoas a fugir rua fora, e ele sem perceber porque tantos carros atravessavam o sinal vermelho.

O outro é da Geórgia...
Quase não fala. Boceja de nervosismo. Passou o dia de hoje no computador, a ver as notícias, a falar com a família pela internet, sem poder fazer muito mais, sem conseguir trabalhar. Pensa em ir ao seu país, ter com o pai que vive no Norte, atravessar a fronteira de carro e ir ter com a família. Não sabe o que poderá acontecer. "Eles bombardearam a capital, queriam avançar contra a própria capital!". Lê blogs de russos e os jornais e não percebe porque é que os russos, os russos normais, afirmam a sua disposição em pegar em armas para irem lutar eles próprios. - " O que se passa?, é uma mentalidade de segunda guerra mundial! É assustador ser vizinho de um país assim, as pessoas lá estão todas assustadas!"

...
..
Não podemos deixar de nos aperceber do quão pequeninos somos ao pé de tudo o que se passa. E de como, mesmo com todas as nossas pequenas coisas, a nossa vida é de certa forma risonha à beira mar plantados. Não?

domingo, 10 de agosto de 2008

Times Square by night (III)

...e trabalho.

É assim a praça-carrossel, parque de diversão de turistas empanturrados de néon, à uma da manhã de uma segunda-feira. A horas impróprias, dia de trabalho, como outro qualquer.



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sábado, 9 de agosto de 2008

Times Square by night (II)

Times Square, uma da manhã de segunda-feira.
Turismo...



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sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Times Square by Night (I)

Times Square, uma da manhã de segunda-feira.
Turismo e trabalho.
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quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Never-NeverLand

Cada vez que quero lavar a minha roupa desço ao Porão da Olney House.
Lugar sombrio ao estilo Blair Witch Project, nada parecido com as lavandarias de menino mimado a que estava habituado. Se me puser a fantasiar um pouco posso dizer que a coluna e o grande vaso que encontramos na cave são sinais de outros tempos, clássicos e decadentes, repletos de orgias românicas entre diabretas e senhores ricos, regadas a vinho e outras delícias. As grandes garrafas metálicas são antiguidades científicas dos tempos em que Marie Curie isolava o Radium, descobria a sua radioactividade e se fazia sepultar com cancro. E que os sacos estendidos têm pedacitos de gente que se portou mal, deixados a fermentar durante estes anos todos que Cold Spring Harbor vai tendo.
No fundo a cave não passa de uma grande imundice, que se revela uma aventura de cada vez que se quer pôr a roupita cheirosa. E, só para envolver o sítio com uma atmosfera ainda mais gore, heis que na saída se vê um sinal luminoso, como na música daqueles outros que cada vez estão mais velhos- EXIT light, enter night, take my hand, we're off to never-neverland!




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quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Revi(g/c)oração

Há certas coisas que só nos fazem é bem.
Eddie Vedder veio a New York na segunda-feira passada e eu não pude perder a oportunidade de o ouvir nesta cidade louca. Depois de passar a semana anterior exaustivamente a procurar um bom bilhete acabei por encontrar um no eBay que por sua vez acabou por chegar às duas da tarde do próprio dia do concerto. Vertigem! Com o bilhete na mão embarquei para a NY, pela primeira vez em alguns meses, para a encontrar uma cidade a suar em pinha mas com os ares condicionados bem refrigerantes.
175th com a Broadway, numa igreja que de vez em quando acolhe coisas destas, fica o desconhecido United Palace Theatre, palco intimista e excêntrico, perfeito para um concerto a solo deste senhor. O rebuliço era grande, a cerveja cara, as expectativas altas.
No final ficou um saborzinho a privilégio mas também um engolir seco a melancolia, a saudades dos amigos e do sol alentejano e saudades de um futuro melhor.





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domingo, 3 de agosto de 2008

Domingo, dia santo!

Domingo é dia santo, mesmo quando se vive onde se trabalha. Por isso hoje fui à praia. Ao fundo da One Bungtown Road, a 3 minutos da minha casa, 5 do laboratório, fica a praia de Cold Spring Harbor. Na Riviera Coldspringuiana a água é quente e meio salobra, e nela habitam algas e limos mas não ondas, excepto quando os barcos Americanos passam a abrir com um esquiador atrelado. Hoje encontrei uma garça, um bando de patos a partir para outro lado e na estação devida, dizem, avistam-se estranhos Horseshoe crab que vêem à costa procriar. Há caiaques de borla e um barco à vela, para os mais destemidos, e ocasionalmente um ou outro barbeque.
Não se está mal.




Era para experimentar um dos caiaques com um colega Iraniano, rica personagem persa com histórias do arco da velha para contar. Chegados à praia nada feito, os caiaques não estavam disponíveis e só nos restava o barco à vela. Sendo ambos inexperiente nas coisas das embarcações a hesitação impôs-se, mais em mim do que no Armin, que trazia consigo confiança absoluta na facilidade da empreitada.
Eu cá duvidei principalmente da nossa capacidade de trazer a nau a bom porto. Isto depois de medir bem os ventos fortes e tendo presente a ausência de astrolábio e de calções de banho!
Feito isto, voltámos para trás com promessas de voltar num outro dia, quem sabe dessa vez mais bem equipados. No caminho para o laboratório, confesso, senti-me ligeiramente envergonhado com a minha pouca Lusitaniedade no que toca às arte de marinhar! Não era a mim que me levavam à India por causa de uns paus de canela!
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sábado, 2 de agosto de 2008

Olney House - O porto de abrigo







Mais uma vez embarquei em direcção a Oeste. Desta vez o plano é mais ambicioso. Trabalhar duro durante o resto do Verão e prosseguir pelo Outono adentro. Nos entermeios, ir descobrindo mais coisas que ficaram por encontrar. A Oeste mora a Aventura, já toda a gente o sabe, desde os tempos idos dos Western Spaghettis! Este blog, a Oeste, será o lugar do meu testemunho.

Pouco mudou em Cold Spring Harbor desde a última vez que me aventurei pela Gloriosa América. As árvores agora têem folhas. Durante a noite ouvem-se milhentas cigarras a zurzir e parece que os coelhos nasceram às patadas. O ar agora é quente e o tempo húmido. Sua-se em vez de se passar frio. Também é bom.

O que mudou mais significativamente foram os aposentos que me foram concedidos. Apresento-vos Olney House, a casa victoriana, ligeiramente assombrada, que partilho com outros cinco jovens investigadores. Duas francesas e um francês, um russo e uma italiana. O quarto é muito maior que o de outrora, tenho vitrais e uma lareira. Há espaço para visitas e a praia fica a 3 minutos a pé. Quem quiser aparecer é bem vindo. Mais do que isso, desta vez pode ser bem recebido.
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