Uma homenagem ao meu gato estúpido. Foram uns bons anos a aturar-mo-nos mutuamente. Companheiro de vida. Descansa em paz. E vai dando cabo da cabeça ao S.Pedro e aos anjinhos até que eu chegue. Hei-de-te ouvir a miar por lá!
Toma lá um epitáfio decente:
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Toma lá um epitáfio decente:
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Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.
Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.
És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.
F. Pessoa 1931, Cancioneiro
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.
Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.
És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.
F. Pessoa 1931, Cancioneiro
3 comentários:
Sem dúvida!...19 anos de gato merecem um epitáfio de Pessoa.
Carmo
O peludo do Tomias. Nunca ninguém me fez espirrar como ele! E ficava tão bonito ao sol...
Até já amiguinho.
"Epigátio"
Aqui jaz,
em paz e harmonia,
um gato.
"Tu mias"
Que por mortalha, tem o vento
a ronronar suaves melancolias.
Jorge Pereira
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